domingo, 17 de novembro de 2019

Desço sobre a noite quando os pássaros dormem




Desço sobre a noite quando os pássaros dormem
e surpreendo-me com o ar triste que vem das janelas
abandonadas às memórias da morte.
Escorre-me na pele o suor dos lençóis que se masturbaram
desocupados de gente e de calor
e o corpo incendeia-se com a boca a saber ao amargo
das noites lentas.  

As ruas estão vazias.
As águas que me pertencem já não são deste rio
e os peixes têm a morte lenta da solidão.

ana paula lavado ©  



2 comentários:

  1. Estive a ler os últimos poemas que publicou e gostei muito. e quando tiver tempo vou ler mais, embora tenha a certeza que só vou encontrar excelentes poemas. A sua poesia é forte, bem estruturada e (pelo menos aparentemente) nasce-lhe na alma.

    Ana Paula, tenha uma boa semana.
    Beijo.

    Obrigado por me seguir. Como não me comenta, foi por isso que aqui vim de novo (creio que é a 2ª vez)

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  2. Obrigada Jaime,pelas suas palavras.
    Não é aparente.A poesia nasce-me da alma.Só assim poderá fazer sentido.
    Um beijo

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