quarta-feira, 6 de setembro de 2017

JÁ NADA É COMO ERA DANTES



Já nada é como era dantes


Já nada é como era dantes
Nem os presságios conseguem ter realidade
Sento-me numa cadeira no recanto mais escuro da casa
para que a luz não perturbe o meu pensamento
O Verão chegou ao fim. Com ele
acabaram as paixões que só duram nos dias quentes
e as insónias tomaram o lugar dos deuses
Acabaram as romarias, o fogo de artifício à meia-noite
e tudo volta à verdade moribunda dos dias cinzentos

Pensei libertar as emoções para que elas voltassem a jorrar
como um esperma quando se satisfaz num corpo sedento

ana paula lavado ©