domingo, 7 de janeiro de 2018

Amei, ah como amei



Amei, ah como amei

Amei, ah como amei
os campos em pousio antes das sementeiras
e a sedenta vontade das primeiras flores
antes que o tempo as deixasse despertar.

E nos poentes amei o mar
O barulho incessante do sal a germinar no corpo
e o cais onde os navios repousam dormentes.

Amei o silêncio das madrugadas inquietas
as cidades descobertas na vertigem da noite
e a melancolia viandante das cinzas das manhãs.

Amei, ah como amei
as memórias da virgindade da adolescência
e o insano despudor com que me atrevi a amar.  

ana paula lavado ©