segunda-feira, 16 de abril de 2012

DÁ-ME O TEU CORPO PARA NAVEGAR



Dá-me o teu corpo para navegar
nas sombras cálidas dum mar calmo
exaurindo a névoa da madrugada.

Só me resta incendiar-me
suplicando ao sol que sustenha o seu domínio
e não afogue as tardes em invernia.

Eis-me, crucificada e exausta
sobre este chão que me consome
extinguido em horas longínquas.

Pousa-me as letras que não compreendo
entre as mãos gastas de loucura
e legenda a minha combustão.

E transcreve-me o silêncio do espaço
nas sombras cálidas de um mar calmo
consumindo-me o corpo desejado.

ana paula lavado ©

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ASSIM ME MORRO





Apenas os momentos, meu amor,
em que amanhecem os teus olhos
encostados aos meus olhos
e as margens nuas do meu corpo
despertam nas tuas mãos,

o teu nome respira no meu corpo
e a quietude da madrugada
soletra-me a cor dos navios
que regressam do mar.

Assim me morro
na vertigem embriagada da tua boca
procurando navegar serenamente!

ana paula lavado ©

quinta-feira, 5 de abril de 2012

VEM DEVAGAR



Vem devagar sobre meu leito
Entrega tuas mãos ao meu corpo
E desfolha-me lentamente
Numa doçura desdobrada.


Desliza entre o meu ventre
E navega entre pétalas cerradas
Onde o silêncio em vertigem 
Me faz em água dilacerada.


E no desejo anoitecido
Adurirei o beijo da tua boca
Na minha boca queimada!


ana paula lavado © 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

ÀS VEZES


Às vezes, passa-se e nada se diz
Às vezes, diz-se tudo sem se passar
Todas as vezes, silencio a tua saudade!

ana paula lavado  ©