quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Tento não fugir à racionalidade das coisas




Tento não fugir à racionalidade das coisas

Tento não fugir à racionalidade das coisas
colocando os objectos, milimetricamente ordenados,
no local certo.
O corpo arde, inflamado por esta compostura,
que se torna agoniante.
O lugar dos objectos não tem racionalidade.
O lugar dos objectos tem a mestria do Universo
e a incompreensão do nosso pensamento.

Coloco uma cadeira no meio do jardim
esperando que nasçam flores em seu redor.
Sento-me, pego num livro e folheio as páginas amarelecidas
em busca de algum entendimento.
Nem nasceram flores em volta da cadeira
nem entendo a racionalidade das coisas.

ana paula lavado ©