quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

DIZ-ME EM QUANTAS NOITES


Diz-me em quantas noites

Diz-me em quantas noites, antes da aurora
dentro dos teus braços rodando os meus
como se o tempo não tivesse outrora
desnudei meus versos junto dos teus.

Cingindo o meu corpo ao teu corpo inteiro
partindo para o mar, como partem os navios
deixo nas tuas mãos todo o meu seio
deixo no teu corpo os meus desvarios.

Porque sei assim que o amor que tento
mesmo quando chega a hora de partir
posso entregar o meu corpo ao vento
para te envolver na hora de dormir.

ana paula lavado © 


Fotografia - Francisco Navarro

PARA TE TER



Para te ter

Para te ter
daria ao mundo todos os meus sentidos.

Só há um sentido no mundo
e o teu mundo é o meu princípio!

ana paula lavado © 



Fotografia - Francisco Navarro

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

QUANDO A NOITE SE APROXIMA


Quando a noite se aproxima

Quando a noite se aproxima
escureço as palavras
e beijo-as, como estrelas no infinito.
As palavras são mais tristes
à noite. São mais dolentes
nos olhos pesarosos de luz.
Dá-me os teus braços
para que neles escreva os versos
que a noite me oculta.
Isso será tudo. O meu olhar
procurará na tua pele
os seios das palavras
e elas iluminar-se-ão nos dedos.
Deles nascerão os versos
que te escreverei, meu amor!

ana paula lavado © 


Fotografia - Francisco Navarro