A
noite
a
noite é imensa e cheira a sexo e a morte
os
ângulos escuros dos dedos
rasgam
as palavras abandonadas à sorte
e
à melancolia incansável da solidão.
estou
só nesta infinda ausência de pejo
e
amanheço dolorosamente na neblina sulfurosa
inventando
rostos desfocados
que
não memorizei por engano.
recolho
os olhos húmidos da noite
e
fujo ao odor a cio e a drogas espalhado pelas ruas
e
aos corpos abandonados à sorte.
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