Ergo as mãos
Ergo as mãos a Deus
e peço clemência
que nesta
escravatura já muito pequei.
Sei que não sou
límpida, sei que não sou pura
nos andarilhos das
vielas por onde andei.
Não há pureza que
se glorifique nesta humanidade
não há glória que
não padeça de impunidade
não há rei nem lei
que nos comande.
Sou produto da
perversa infâmia
sou escrava da
impiedosa maldição.
Não creio na
verdade, não creio na razão
não creio na
decência da grandiosidade
não creio na
compostura de qualquer condição.
E em Ti, Deus, que
ainda creio
rogo o ensinamento
da verdade.
Já não me restam
muitos futuros
e em todos sobeja
ambiguidade.
Desapega-me da
violência da hipocrisia
destrona os reis da
dinastia
que fazem da
ciência podridão.
Sei que não sou
pura, não.
Mas antes de
decretares o meu final
sacia-me a fome de
verdade
sacia-me a procura
da razão!
ana paula lavado
©
(foto da internet)
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