Não somos!
Somos o vento que
canta
A árvore mais alta
da serra
Somos a gente que
fala
Os versos da nossa
terra.
Somos os silvos da noite
A luz que vem de
madrugada
O silêncio na voz
dos que calam
Somos os errantes
da estrada.
Somos tudo, somos
nada
Somos a
inconstância da vida
Somos os Invernos
que matam
Somos a Primavera
florida.
Somos reis do
des-reinado
Governantes do deserto
Somos povo
habituado
Ao castigo mais
perverso.
Somos veste que nos
cobre
Sem ganância nem
grandeza
A injúria de quem comanda
A grata sorte da
esperteza.
Somos aqueles que
caiem
Sem eira nem beira
no desatino
Somos pasto que nutre
a seiva
Dos que marcam o
destino.
Somos a voz gasta
da tortura
A gaguez que move sem
graça
Somos o lixo onde
cospem
Os ditadores da
desgraça.
Somos tudo, somos
nada
Somos peças da
disputa
Somos trapos que
nos rasgam
Mas não somos
Filhos-da-Puta!
ana paula lavado
©
(foto da internet)
Sem comentários:
Enviar um comentário