segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SE OS TEMESSE



Se os temesse

Se os temesse, Meu Deus,
como temo a precocidade do fim,
nos horrores com que projectam maldição,
fugiria ao Mundo, ao Universo
como desígnio de condição.

Sejamos breves, que as constelações não demoram
mais que breves instantes da imaginação.
Se os temesse, Meu Deus,
como presságios de inoculação,
ocultaria os meus vícios de verdade
expurgaria os meus defeitos de imposição.

Se os temesse, Meu Deus.
Ah! Não os temo
nem lhes cobiço a imposição.
Que a sombra lhes engane a sorte
que a exactidão seja mais forte
que a sua vontade de imprecação.


ana paula lavado © 

Fotografia de Francisco Navarro 

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