quinta-feira, 14 de maio de 2009

"VELUDO AZUL" DE JORGE D'ALÉM MAR

Ontem foi dia de “Púcaros com Poesia”.
Como todas as quartas à noite, a casa enche-se de rostos, que roubam horas ao sono, para poderem partilhar uma paixão comum. Rostos, já familiares e cúmplices, em que aquilo que transmitem não precisa ser feito de palavras. Palavras, essas sim, aquelas que se vão desenrolando ao longo da noite e vão preenchendo o silêncio, apenas a das inúmeras Poesias a quem alguma voz empresta a alma.

Ontem foi dia de “Púcaros com Poesia”.
Mas ontem a Poesia foi diferente.
Ontem, a voz e a alma pertenciam a Jorge d’Além-Mar.
Irreverente, audaz, controverso. Apaixonado pelo Amor, deixou as linhas deste seu último livro, desaguarem num erotismo selvagem e despudorado.
O seu estilo é único. “Jorgiano”, como em tom de brincadeira costumo dizer, seduz-nos pela forma intempestiva com que redobra as palavras, fazendo delas um jogo constante.
A Poesia do Jorge, ou se ama, ou se detesta.
Indubitavelmente, eu faço parte daqueles que a sentem na alma, sorvendo cada palavra como se parte dela fizesse.
Não é este livro que afirma o Jorge como Poeta.
O Jorge já nasceu poeta.
Poeta em toda a essência da palavra, como se as letras dele nascessem, sem necessidade de parto.

Ontem foi dia de “Púcaros com Poesia”.
Mas ontem a Poesia foi diferente.
“Embrulhados” em azul, ontem estenderam-se os sonhos, nas páginas que deram corpo a “Veludo Azul”.

“Veludo Azul”.
Ao última obra de Jorge d’Além-Mar, que transformou mais uma quarta à noite, numa noite diferente de todas as quartas à noite, onde se vai deixando num qualquer papel amarrotado, uma qualquer Poesia sem nome.

Para ti, Jorge, o meu obrigada, por me dares a honra de ter partilhado contigo, este momento tão único e tão especial.

Hannah

Sem comentários:

Enviar um comentário