O lugar onde havia
árvores
Regressas
subitamente ao lugar onde terminaram as árvores.
Já
não falo nem digo coisas que seriam um completo disparate
mas
que são coisas que me afligem e me condenam
à
inquietude do meu pensamento. Refugio-me nos livros
e
nas coisas banais que me ocupam o tempo
para
que não se dissipem os sorrisos e as palavras
que
preencheram o lugar onde havia árvores.
Tudo
é possível quando escrevo um poema. As letras ocupam
os
espaços que ficaram vazios e vão deixando um misto
de
pureza e quietude, que me lembra a quietude dos teus passos.
O
resto do tempo não passa de um lugar vazio
sem
alma e sem cor, em que se vai imaginando
mais
um poema para que não se acabem as árvores.
Imagino
o tamanho da solidão quando acabarem as árvores.
ana
paula lavado ©
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