Ah, como sou inútil quando amo!
Um
dia hei-de querer ser poeta
para
dizer ao mundo
o
quanto amo as coisas inúteis.
As
pessoas são escravas dos objectos.
Das
roupas, dos carros, das casas
do
estatuto social, da posição económica
dos
bens materiais e da hipocrisia
-
que não é objecto mas parece –
e
toda a gente se esquece
do
amor,
e
das flores, e das folhas caídas no chão
e
do vento que trouxe uma semente do alto da montanha
e
fez nascer uma árvore na berma da estrada,
e
do amor,
ah,
como sou inútil quando amo!
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