Preciso
de tempo
porque estamos
mortos?
o poeta morre-se
no palco
enquanto as letras
permanecem vivas
a presença dos
homens é apenas um verbo
a princípio eram
todos pecadores
agora todos são
santos:
Senhor, tem
piedade dos santos não pecadores
que deles será o
reino dos céus
o silêncio é
mortal
e a presença das
palavras é uma vertigem
vertigem, é a
ansiedade
de uma rua
suspensa de memória
a memória é uma
tarde romântica
sem humildade no
fim do mundo
no fim do mundo
há o princípio de
todos os tempos
tempo
preciso de tempo
e não tenho tempo.
ana paula lavado ©
fotografia do google
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