Diz-me! Posso ser-me
dentro da tua saudade?
Peguei-lhe
na mão dizendo:
“Posso
ser-me dentro da tua saudade?”
E
abracei-o, com o afecto de quem nasce
todos
os dias uma outra vez.
A
minha mão continuou pousada
na
mão dele
como
se o mundo terminasse amanhã.
Sonhei
o tempo das acácias rubras
das
virgindades da adolescência
e
dos pés descalços na terra molhada,
das
auroras nas montanhas
e
dos poentes no oceano,
das
águas cálidas e meigas
e
dos rumores nocturnos
dos
animais que nunca dormem.
Sonhei
o tempo dos amores vadios
das
paixões efémeras
e
das noites prolongadas pela manhã,
dos
dias pintados de muitas cores
e
das chuvas a molhar a face.
A
minha mão continuou pousada
na
mão dele
num
abraço que sente saudades diferentes.
“Diz-me!
Posso ser-me dentro da tua saudade?”
ana
paula lavado ©
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