A inquietação das
aves
Confesso que me atordoa a espiral dos dias
e a inquietação das aves em dia de tempestade.
O pensamento converge numa parábola irregular
e as mãos tornam-se inúteis perante a ferocidade alheia.
Temo duvidar das palavras premeditadas
e dos anjos de asas negras que me invadem o sossego.
Outrora, quando a luz era mais clara,
e a selva se limitava à irracionalidade das coisas,
a urgência dos gestos era terra úbere
e a virgindade dos seios nunca era violada.
Restam as ruas de travessia interdita
a incoerência dos dias casados de solidão
e a inquietação das aves, em dia de tempestade.
ana paula lavado ©
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