Se chorei, não sei
São menos
afortunados os filhos de ninguém
vendendo a alma nas
esquinas do ócio
esperando o
reconforto do esquecimento.
Olhei-o, como quem
olha um cadáver vivo
bebendo a dor com
as lágrimas que não chorei.
E se chorei, não
sei.
Olhamo-nos como se
olham os indiferentes
que não reconhecem
a quietude
nem as faces dos
olhos.
Não há piedade na
voz nem nos gestos
aprisionados de
vazio e de deserto.
Deixei-o para trás com
as lágrimas que não chorei.
E se chorei, não
sei.
ana paula lavado ©
(foto retirada da internet)
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