terça-feira, 9 de outubro de 2012

SE EU TE PERDER, MEU MAR




Se eu te perder, meu Mar

Como atormento perder-te, meu Mar.
Serviria a fonte
para soltar as águas que necessito
e molhar-me impiedosamente o corpo.
Mas é a tua imensidão que me inflama
como agente supremo da minha carne.

Como atormento perder-te, meu Mar.
Porque em ti caminho
e em ti caminharei
enquanto navegar nas tuas águas
como corpo saído de outras eras.

Se eu te perder, meu Mar,
andarei pela tortura dos olhos
secos do teu sal
expurgando as dores do imponderável
inutilmente iluminado.
A Terra girará continuadamente.
Mas as veias secarão na eternidade.

ana paula lavado ©  

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