terça-feira, 11 de setembro de 2012

PASSAGEM



Passagem

Há passagens no mundo
que não escolhi.
Faço de conta
que não é nada comigo
mas suspendo-me devagarinho
estupefacta.
Não é a arte abstracta
que me espanta.
Antes espantasse.
Mas o viril escárnio,
de quem padece sem cura,
doente de impiedade.
Oh crueldade
que encarnas o princípio do fim.
Do fim do mundo
se é que é mundo
esta passagem antes do fim.

ana paula lavado ©


Sem comentários:

Enviar um comentário