segunda-feira, 1 de junho de 2009

TUDO O QUE FUI... É NINGUÉM!





Quando eu morrer
não quero letras num epitáfio
nem lápide com inscrição.
Já nada mais farei
e o fiz, foi em vão.
A minha vida tem apenas dois momentos
o meu nascimento
e a minha morte.
Todo o resto foi casualidade
um intervalo efémero
sem pontualidade
e sem sorte.
E mesmo que algum momento
possa ter tido relevância
terá por qualquer acidente
perdido a sua importância.
Nada deixarei
que precise ser lembrado
ou guardado por alguém.
Já nada mais serei
e tudo o que fui
é ninguém!


apl in “Mentes Perversas” ©

6 comentários:

  1. bem, este blogue e os livros editados e os que não estando editados já estão em lume brando... são a prova que deixarias muito mais do que o que pensas; a vida não são dois momentos... é uma linha, uma sucessão de eventos, uns maus, outros muito maus, outros ainda piores... mas o que importa é estar na linha, no caminho daquilo que queremos ser; e é sendo fieis a nós próprios que descobrimos que afinal também há coisas boas... e a boa coisa é andar na linha sem desistir de perseguir a felicidade, sendo esta simplesmento o caminho. É bom estar vivo e lutar pelos sonhos. Por isso enjoy... carpe diem.

    ricciardi

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  2. Estar na linha... andar no caminho...
    Como se a linha fosse um fio de prumo capaz de suportar a nossa firmeza.
    Seremos tão determinados que o fio nunca vacilará?
    Suportará ele à nortia que nos abala em dias de tempestade?
    Não passarão os sonhos de simples utopias imaginadas no fim da linha?
    Para quê então sonhar, se nunca a linha poderá segurar o sonho?
    Felicidade não passa de um conceito inventado para além da linha.
    Por muito que se caminhe, nunca se chega lá!

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  3. Tréplica

    pois não, nunca se chegaria lá, porque a felicidade está no caminho... as caracteristicas do fio pouco importam, o que importa é caminhar para a frente e olhar para trás e aprender com o caminho que passamos.
    Mais a mais, só se pode ser feliz se se tiver um termo de comparação contrário; é-se infeliz porque se conheceu a felicidade; da mesma forma, pode-se concluir que para ser feliz terá de se conhecer a infelicidade; pelo que a infelicidade é parte do caminho.
    O supremo extase da arte de viver é ter consciência disso... e teimosamente levantar-mo-nos on and on, 'forçar nervos, coração, musculos, tudo... e dar tudo o que neles ainda exista'... e ao mesmo tempo, no caminho, observar tudo, o que temos á volta, e constactar que afinal o caminho é lindo... apercebermo-nos que afinal vamos acompanhados, por quem nos quer bem.

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  4. "Quadréplica"

    Tudo é efémero... até nós.
    Essa, a que chamas de felicidade, é a mais efémera de todas.
    Não passa de uma sinopse de momentos repentinos em que esquecemos a dor. Por isso os achamos tão especiais, e lhe demos um nome..."Felicidade". Mas também se deu um nome a "Paraiso". E será que ele existe?
    O caminho é apenas o percurso que estamos destinados a fazer. É evidente que podemos escolher quem nos acompanha e desviarmo-mos das pedras que se nos deparam. Mas nunca poderemos sair do ponto cardeal que nos foi imposto.

    É preciso conhecer a dor para conhecer a felicidade?


    A dor é um cárcere permanente
    uma clausura embriagada e demente
    um destino trasladado em reclusão.

    É um cântico adoçado com veneno
    um ritual sorumbático e obsceno
    uma esperança morta na incubação!

    É uma luta de raiva e de tormento
    um fustigar de medo e de lamento
    uma dor que se acrescenta a outra dor.

    É a alma delida num fogo prolongado
    é a denúncia de um viver inanimado
    é a morte anunciada ao pormenor!

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  5. penteplica

    (poeta só entende poeta)

    " Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

    Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

    FP

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  6. Hexaplica... ou poliplica (dependendo do ângulo!)

    Nunca fui dura com a vida. Ela sim, adornada de todas as formas escandalosamente cruéis, deleitou-se a ser dura comigo.
    Sem querer, vamos absorvendo essa crueza, e tomamo-la para nós, como se de nós fizesse parte. Não é instinto de defesa. É sim a defesa calculada ao milímetro, estrategicamente montada para que o nosso flanco seja mais difícil de derrubar.
    Nem sempre acabamos por ser bem sucedidos. Nem sempre vencemos. E o mais cruel é descobrir que nunca chegamos a vencer verdadeiramente.
    Mas antes que o consigamos descobrir, vamo-nos enganando sistematicamente, construindo uma visão fria e irascível do mundo. E vamos arquitectando a batalha final.
    E o castelo, começa a não fazer muito sentido!

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