Irei
sozinha o resto do caminho
Irei sozinha o resto do
caminho.
Cheguei tarde, quando quis
caminhar contigo
e os teus passos já não eram
iguais aos meus.
Um dia fui bater à tua
porta
mas disseram-me que a havias
abandonado
e partido para onde a
existência é etérea
e não precisa de mais
passos.
Às vezes vejo-te.
Envelheceste!
Os teus cabelos brancos
estão mais brancos
mas o teu olhar continua com
a beleza dos campos semeados
quando despontam as
primeiras flores.
Outras vezes escrevo-te.
Escrevo-te coisas sem nexo
incapazes de simplicidade ou
beleza.
Mas tu sabes que gosto das
coisas simples.
Do mar e dos crepúsculos
da quietude campestre
e dos oásis nocturnos.
Tenho que me concentrar mais
nas palavras
esperar que o seu
significado seja justo
e não me deixar levar por metáforas
desajustadas
que tornam dúbia a sua
compreensão.
Sabes! Hoje não vou usar
metáforas.
Vim somente para te dizer
que já não preciso de passos,
para caminhar contigo!
ana paula lavado ©
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