Às vezes
Às
vezes…
Às
vezes, as portas fecham-se com áspera rudeza
e só
o granito das ruas se move por companheiro.
Às vezes…
Às
vezes, os sons perdem-se nas encruzilhadas
e o
sentido das coisas é tão inverso
que
deixa de haver sentido na verdade.
No
tempo dos ausentes, o pensamento interrompe-se.
Adultera-se
a mente com frases de circunstância
e
faz-se da realidade um filho de um deus menor.
Às
vezes…
Às
vezes, os gestos metamorfoseiam-se
em
outros gestos
absortos
em interjeições imaginárias
e
palavras caiadas por metáforas.
Não
digam que há vida para além da noite
porque
a madrugada só existe na invenção da mente.
Às
vezes…
Às
vezes, a transformação da verdade
é a
única ponte existente entre o bem e o mal
e a
razão para o mistério das coisas.
Às
vezes…
Às
vezes…
ana
paula lavado ©
Sem comentários:
Enviar um comentário