Não há morte sem ressurreição
Tantas
horas o tempo leva
à
volta da cidade indiferente.
E os
passos e a gente
os
fantasmas arrependidos
as
palavras sem abrigos
os
gestos degolados de comunhão!
Vire-se
o mundo à exaustão
denunciem-se
os descrentes
os
falsos deuses ausentes
os
corpos profanados sem glória.
Não
há vida sem estória
não
há morte sem ressurreição.
E
quando um grito diz não
erguendo
ventres de profecia
a
luz da cidade silencia
a
voz estóica do entendimento.
Olhai!
Vê-de o sofrimento
dos
que, mudos, gravitam nas ruas
de
olhar esmagado, de lágrimas cruas
de
saudades impossíveis de omitir.
Tantas
horas o tempo pode parir
nos
úteros prenhes de inglória.
Não
há vida sem estória
não
há morte sem ressurreição!
ana
paula lavado ©
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