Quando as árvores
crescerem VII
Repetem-se palavras desde a infinitude
dos tempos, sem que se alterem pontuações
aos sentimentos. Os caminhos cruzam-se
em todas as profecias, sacrificando a vontade dos
deuses perante a abundância da vontade dos Homens.
Erguem-se altares de sacrifício na euforia
da sobrevivência, esbracejando a um qualquer deus
mortal, a ironia da imortalidade.
O espectáculo é surrealista e o palco, transformado
em turba, exibe uma profusão de progenitores da
ferocidade.
Não bastará o tempo para apagar os instintos
mais ancestrais, nem bastará a aparência para
ocultar o selvagismo. Os olhos esventrados na
imperfeição, prestam culto ao deserto das coisas.
Quando as árvores crescerem, talvez renasça a
esperança
do mundo, e a serpente volte ao Paraíso.
ana paula lavado ©
Fotografia - Francisco Navarro
Sem comentários:
Enviar um comentário