quinta-feira, 3 de abril de 2014

QUANDO AS ÁRVORES CRESCEREM VII



Quando as árvores crescerem VII

Repetem-se palavras desde a infinitude
dos tempos, sem que se alterem pontuações
aos sentimentos. Os caminhos cruzam-se
em todas as profecias, sacrificando a vontade dos
deuses perante a abundância da vontade dos Homens.
Erguem-se altares de sacrifício na euforia
da sobrevivência, esbracejando a um qualquer deus
mortal, a ironia da imortalidade.
O espectáculo é surrealista e o palco, transformado
em turba, exibe uma profusão de progenitores da
ferocidade.
Não bastará o tempo para apagar os instintos
mais ancestrais, nem bastará a aparência para
ocultar o selvagismo. Os olhos esventrados na
imperfeição, prestam culto ao deserto das coisas.
Quando as árvores crescerem, talvez renasça a 
esperança do mundo, e a serpente volte ao Paraíso.


ana paula lavado ©  

Fotografia - Francisco Navarro

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