Fala-me agora. Não
depois!
Fala-me da lucidez das coisas
Dos ventres que pariram as crenças mais terrenas
E dos sois que aclaram as palavras que não mentem.
Fala-me agora. Não depois!
Depois, até a dor se cansa das horas agoirentas
E a espera é sorrateira na demora.
Fala-me agora. Não depois!
Antes que mate os sonhos que não existem
No momento impreciso da concepção.
Chama-lhe o que quiseres
Desde que não te refugies na teimosia
E chames às coisas fruto da cegueira.
Fala-me agora. Não depois!
Depois, o tempo já é invernoso e triste
E as ideias tornam-se pouco claras à luz do dia.
As sombras reclamam rituais metafóricos
Na imanência redentora da morte.
Fala-me agora. Não depois!
ana paula lavado ©
Fotografia - Francisco Navarro
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