Quando as árvores crescerem IV
Descubro-me ao
tempo sem que a fadiga me procure.
De todos os dias,
resguardo a saliva dos olhos
para que o mar não
se inunde antes da maré preia.
Trago nas mãos as
cãs dos anos nefastos, furtivas nas
acácias que
floriram no tempo da virgindade.
Se um dia me
procurarem, encontrar-me-ão entre as palavras
impossíveis de
escrever ou nos amplexos ilegíveis das letras.
Nos múltiplos
prolongamentos da vida, saciei a sede
das ideias no lugar
dos solitários, sem que o
movimento alterasse
a iteração dos sonhos.
Quando as árvores
crescerem, trar-me-ão os diamantes
da tua boca,
lapidados no segredo dos amantes.
ana paula lavado
©
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