segunda-feira, 9 de setembro de 2013

QUANDO AS ÁRVORES CRESCEREM IV



Quando as árvores crescerem IV

Descubro-me ao tempo sem que a fadiga me procure.
De todos os dias, resguardo a saliva dos olhos
para que o mar não se inunde antes da maré preia.
Trago nas mãos as cãs dos anos nefastos, furtivas nas
acácias que floriram no tempo da virgindade.
Se um dia me procurarem, encontrar-me-ão entre as palavras
impossíveis de escrever ou nos amplexos ilegíveis das letras.
Nos múltiplos prolongamentos da vida, saciei a sede
das ideias no lugar dos solitários, sem que o
movimento alterasse a iteração dos sonhos.
Quando as árvores crescerem, trar-me-ão os diamantes
da tua boca, lapidados no segredo dos amantes.


ana paula lavado ©  

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