Águas
Já esqueci a fome
de todos os dias.
E em refinada
loucura recomponho a lucidez
anarquizando o tempo
que me subsiste.
Impossível dizer a
que instante concebo as águas
ocultas na
atmosfera estéril dum sonambulismo real.
Vão-se as horas de
todos os tempos
marginalmente complexas
e desajustadas
viajantes inúteis da
eternidade alheia.
Recebo-te assim, em
todas as horas
inclinando o véu à
temperatura das águas
- porque as águas
se querem límpidas e claras-
e mergulho na seiva
que as ondas têm ao entardecer.
ana paula lavado ©
(foto retirada da internet)
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