Não é minha ambição ser poeta
nem que todas as coisas escritas sejam poesia.
Mas é a minha forma de estar sozinha.
Porque todas as coisas do mundo
giram à minha volta
e não se compadecem da minha solidão.
E a minha solidão é o meu mundo
porque nela sinto todas as coisas do mundo
como elas são.
As montanhas verdes fazem parte do meu mundo
e os rios e os mares e o céu e o vento.
Neles me sinto como sou, como ser vivo
que caminha na sua viagem até encontrar o destino.
Não quero abrigo
nem nada que me proteja do vento ou da chuva
porque preciso de os sentir no corpo
para saber que o meu corpo está vivo e sente todas as coisas.
E todas as coisas que sinto, escrevo-as.
Escrevo as montanhas e os rios e os mares e o vento e a chuva
porque só escrevendo-as sei que são minhas e que eu sou delas
e que faço parte do mundo.
E quando me sento a escrever versos
ou as palavras que se estendem no meu pensamento
sinto que sou poeta.
ana paula lavado ©
Que belo para quem não tem ambição de ser Poeta!
ResponderEliminarObrigada, Jorge!
Eliminarde uma simplicidade tão grandiosa
ResponderEliminarque me preencheu o pensamento.
obrigada
Obrigada, Maria!
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