A coisa mais fácil da vida
É dizer “Não”.
O “Não” está sempre bem
Porque não incomoda ninguém
Nem nos obriga a coisa nenhuma.
“Não” quero sair
“Não” quero passear
“Não” quero estar contigo
“Não” quero comer
“Não” te quero comer
“Não” me vou levantar
E vou ficar para aqui sentada
À espera de coisa nenhuma
Porque se vier coisa alguma
Certamente será “Não”!
O “Não” não passa de uma negação
Para negar verbos
Para negar adjectivos
Ou para negar o raio que o parta
Porque não se tem mais nada para negar.
E porque não usá-lo em tantas expressões como
Ou “Não”
“Não” dar o braço a torcer
“Não” obstante
“Não” passar de
“Não” ser de ferro
“Não” tem?
“Não” tem de quê
“Não” ter senão a noite e o dia
“Não” ter tempo para se coçar
E porque “Não” me apetece
“Não” vou escrever mais nada!
ana paula lavado ©
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
NÃO É MINHA AMBIÇÃO SER POETA!
Não é minha ambição ser poeta
nem que todas as coisas escritas sejam poesia.
Mas é a minha forma de estar sozinha.
Porque todas as coisas do mundo
giram à minha volta
e não se compadecem da minha solidão.
E a minha solidão é o meu mundo
porque nela sinto todas as coisas do mundo
como elas são.
As montanhas verdes fazem parte do meu mundo
e os rios e os mares e o céu e o vento.
Neles me sinto como sou, como ser vivo
que caminha na sua viagem até encontrar o destino.
Não quero abrigo
nem nada que me proteja do vento ou da chuva
porque preciso de os sentir no corpo
para saber que o meu corpo está vivo e sente todas as coisas.
E todas as coisas que sinto, escrevo-as.
Escrevo as montanhas e os rios e os mares e o vento e a chuva
porque só escrevendo-as sei que são minhas e que eu sou delas
e que faço parte do mundo.
E quando me sento a escrever versos
ou as palavras que se estendem no meu pensamento
sinto que sou poeta.
ana paula lavado ©
nem que todas as coisas escritas sejam poesia.
Mas é a minha forma de estar sozinha.
Porque todas as coisas do mundo
giram à minha volta
e não se compadecem da minha solidão.
E a minha solidão é o meu mundo
porque nela sinto todas as coisas do mundo
como elas são.
As montanhas verdes fazem parte do meu mundo
e os rios e os mares e o céu e o vento.
Neles me sinto como sou, como ser vivo
que caminha na sua viagem até encontrar o destino.
Não quero abrigo
nem nada que me proteja do vento ou da chuva
porque preciso de os sentir no corpo
para saber que o meu corpo está vivo e sente todas as coisas.
E todas as coisas que sinto, escrevo-as.
Escrevo as montanhas e os rios e os mares e o vento e a chuva
porque só escrevendo-as sei que são minhas e que eu sou delas
e que faço parte do mundo.
E quando me sento a escrever versos
ou as palavras que se estendem no meu pensamento
sinto que sou poeta.
ana paula lavado ©
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
TEU BEIJO NA MINHA CINTURA
Imagino teu beijo na minha cintura
e a respiração
arquejante na palma das minhas mãos.
Por uma água tão pura
que em teu corpo habita, embriagado
do gosto da minha pele
quando beijas a minha cintura!
ana paula lavado ©
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
SILÊNCIO
Silêncio e mais silêncio
A água corria algures pelo teu corpo
Ironicamente vestido de nada.
E eu bebia, e eu sugava
A voz incendiada pelo crepúsculo
Dum poema ainda sem palavras.
Tenho sede. E de repente abandono
As palavras de todos os dias
E o meu pulso alcança o teu leito
À procura de porto seguro.
E o meu corpo latejante
Move-se ao ritmo da tua pele.
E eu bebia, e eu sugava
As palavras que não eram ditas
Mas escorriam na água do teu corpo
Ironicamente vestido de nada.
ana paula lavado ©
A água corria algures pelo teu corpo
Ironicamente vestido de nada.
E eu bebia, e eu sugava
A voz incendiada pelo crepúsculo
Dum poema ainda sem palavras.
Tenho sede. E de repente abandono
As palavras de todos os dias
E o meu pulso alcança o teu leito
À procura de porto seguro.
E o meu corpo latejante
Move-se ao ritmo da tua pele.
E eu bebia, e eu sugava
As palavras que não eram ditas
Mas escorriam na água do teu corpo
Ironicamente vestido de nada.
ana paula lavado ©
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