Sou o
tempo, na solidão do tempo
Não espero que o tempo me dê constelações.
Nas veias, o travo amargo da infertilidade da vida,
ergue-se na penumbra da incoerência dos dias.
Na boca, o presságio virginal da solidão dos poetas,
tem o sabor da nudez das coisas,
quando a nudez das coisas
tem o sabor da ignomínia dos tempos.
Não conheço esta rua. Não sou deste país.
Não sou deste mar, não sou desta terra
não sou deste ar, não sou deste vento.
Sou o tempo, na solidão do tempo.
ana paula lavado ©
Fotografia - Francisco Navarro
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