quinta-feira, 24 de julho de 2014
segunda-feira, 7 de julho de 2014
TREVAS
Trevas
Sentei a vida à porta do mundo
esperando luz no abismo mais fundo
sulcando trevas dentro de mim.
Adiante da realidade tudo tem fim
e os heróis acabam sempre por morrer.
Ó alma minha, que mais fazer
se o limite da morte é infindo
se os algozes regozijam rindo
a dor mais pérfida e moribunda.
Tão agreste esta piedade vagabunda
oculta em espasmos de ânsia estilizada.
Tão agonizante esta vida que não vale nada.
O meu corpo efémero e transtornado
sem luz, sem brilho, abandonado
morre-se em trevas, à porta do mundo.
ana paula lavado ©
Fotografia - Frank Navarro
quarta-feira, 2 de julho de 2014
DESNUDA-ME EM DIADEMA
Desnuda-me em
diadema
pronuncia-me devagar
soletra-me o pensamento
circunscreve a minha estória
interdita o meu silêncio
incendeia a minha essência
assoreia-me em poema
desembainha a minha alma
desnuda-me em diadema.
ana paula lavado ©
Fotografia - Francisco Navarro
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