quarta-feira, 25 de julho de 2012

O SONHO




O Sonho

O que há para lá do sonho
que os deuses não descortinam
nem a cortina que ouso descortinar
sonha que o sonho nasce nos rios
e que os rios morrem no mar.

E do outro lado da margem
que ousa descortinar-me os medos
lanço-me nas águas fecundas
como se delas fossem acervos
os anseios dum beijo reservado.
Morro-me de nada
como se nada me morresse
a vontade fecunda
ou outra vontade que eu tivesse
no desejo que me profunda.

E como quem mata o degredo
inundo-me neste segredo
que não desvelo, não descortino
nem ouso descortinar
que o sonho nasce nos rios
e que os rios morrem no mar.

ana paula lavado ©

( foto retirada da internet)

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