sexta-feira, 23 de maio de 2014
QUARTETO
Quarteto
Não há escuridão no mundo
que me afogue
Nem silêncios estéreis
que me encubram
Somente a vida
que me foi dada em graça
Faz dos nossos corpos
mares que se fecundam!
ana paula lavado ©
segunda-feira, 12 de maio de 2014
BOLOR
Bolor
Entre as portas, avizinha-se o cheiro
que as paredes descalçam,
e o sol continua bolorento.
Entra frio e humidade nas palavras
e os livros são sempre iguais aos de outrora.
Pouso os óculos em cima de um papel
de letras imperceptíveis e desfeitas
e faço uma metáfora de cinza e cal.
Vi-te passar na rua, e levavas os olhos tristes,
cansados, da poeira dos dias
e das notícias que te matam a alegria.
Ri um pouco, nem que seja por simpatia
para retirar o bolor das paredes.
Ah! Já há humidade entre as portas
e as palavras fazem cada vez menos sentido.
ana paula lavado ©
Fotografia - Francisco Navarro
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