Fui com o mar outra vez
Entre a porta
entreaberta o mar galgou
o soalho e as
estantes.
Deixei de ver os
livros por instantes,
e as luzes do dia
morreram.
Não digo se sofri,
mas sei que os
livros sofreram
com as letras
diluídas de sentido.
Ah, se as tivesse
podido
recompor em papel
milimétrico,
reconstruir o seu
ar estético,
devolver a existência
do seu ser.
Não sei se é
possível fazer,
nem sei se já
alguém o fez.
Sei que o mar
galgou o soalho e as estantes
e, como já fizera antes,
fui com o mar outra
vez!
ana paula lavado
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