quarta-feira, 9 de setembro de 2015

DEIXA O MEU CORPO MORAR NO TEU CORPO



Deixa o meu corpo morar no teu corpo

Deixa o meu corpo morar no teu corpo
como um pássaro de asas soltas
no alto dos montes.

Dá-me um rio,
nascido das tuas fontes,
com margens inquietas
e rumores tardios.

Estreita-me a saudade
no maior dos desvarios
e dissipa a ausência das noites
quando as noites não têm virtude.

Dá-me a tua mão,
somente a tua mão desnuda,
o silêncio da tua voz muda,
e a calma dos teus olhos prudentes.

Serei corpo alvo dos teus anseios,
travo doce na calma meus seios,
o amanhecer no tempo dos ausentes.


ana paula lavado ©  

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