domingo, 19 de abril de 2015

A PORTA


A porta

Abro a porta
e nada vejo.

Nem a luz dum candeeiro
nem a sombra da neblina.

A porta é um vão
criado em contra-mão
desajustado da rotina.

Uma parede vazia
um retrato por pendurar
uma cama despida
uma nudez por amar.

Um silêncio amortecido
um ventre desalinhado
um verso destruído
um poema amordaçado.


ana paula lavado © 

Fotografia do google 

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