terça-feira, 13 de agosto de 2013

QUANDO AS ÁRVORES CRESCEREM II



Quando as árvores crescerem II

Ontem o mar voltou a bramir. Brados murmúrios
que o vento prolongou sem que a memória
alterasse a sonância. Nunca vacila no ritmo
nem na espera dos homens, que eles voltam sempre
à hora que a faina ordena. Trazem sereias nos olhos e
redes enoveladas em espera, apertando os anseios
que os olhos ocultam.
Quando as árvores crescerem, moverão o xisto das raízes,
e elas prolongar-se-ão até ao mar. Esse mar onde vives
e me anima a existência, sem que o brilho das marés
revele a maré preia.
Quando voltar a bramir, o mar, voltarei sereia
ocultada nos teus olhos!

ana paula lavado © 


1 comentário:

  1. No espaço do FB de um amigo comum vi o link para o seu bligue e vim descobri-lo.
    Gostei.
    Ou não descrevesse, também eu, por vezes as proezas das sereias na preia mar do desejo...
    Beijinhos.

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